segunda-feira, 28 de setembro de 2015

III

III
Então, como a manhã, desceste e doeram-me os olhos e o peito. Soube tão bem.

domingo, 30 de agosto de 2015

Antes

Antes de todas as vezes, comprava vestidos bonitos. É o meu aniversário, é o meu aniversário. Ríamos todos. Os meus amigos e os meus amigos. Usava perfume e as ruas eram estradas tão bonitas. Ríamos muito. Não foi assim há tanto tempo. Sobrou uma caixa. Às vezes, estou lá.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

...

Falta-me tanto. Bocadinhos de coisas grandes. A rua a ondular debaixo dos pés, as coisas de todos os dias, cair de costas e as palavras. Sem que eu pedisse. a virem como lâminas doces, a abrirem caminhos, a serem importantes.  Talvez não me falte nada. E seja só isto.

sábado, 11 de abril de 2015

Enlouquecer

Sabias que o mundo é meu? Caixas, tantas caixas na minha cabeça, muitas coisas que eu vi - sabias que vi muito e muito? Sou um pássaro que canta sozinho. Não me ligues e não me queiras, não me roubes, deixa-me voar, deixa-me, às vezes, pousar. Percebe-me. À minha volta há confusão, por dentro confusão, em volta confusão. Não sei ser coerente e esqueci-me de tudo. Eles dizem-me coisas, mas eu quero enlouquecer contigo. Só isto, enlouquecer contigo.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Descanso

Estamos velhos e já não podemos amar alguém. Foi demasiado. Esgotámos as palavras e as promessas. Eu sei e tu sabes. Os olhos encolheram, todos sabem disto. Por isso as mulheres se fazem velhas e os homens, só os piores, querem ser novos. Só quem amou  de doença e de bondade e de tudo, enfim, se pode permitir envelhecer. Só ainda termos bastante pele nos confunde. Como eu queria que tudo isto que digo fosse mentira.



domingo, 22 de março de 2015

Entendimento

Há um silêncio que se impõe agora, arrumamos as cartas e os risos e esquecemos. Já não somos exactos.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Centro

Meio acordada. Meio triste. Meio. Metade.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Força

Eu tive a sorte de te ter nos braços e de te estar nos braços e isso que me levou tudo salvou-me do resto. Que venham furacões e coisas malditas que eu tive a sorte de correr para ti e o nosso caminho era o mesmo. Ainda que venham vazios e metades eu que tive a sorte de te ter nos braços e de te estar nos braços, estou a salvo de tudo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Isto

Fingir. Sempre. E calar-me.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Nem te digo

Carrego-te no peito como a foice mais perfeita que já senti.