segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Está tudo bem.

A tua falta é como se menos um lugar à mesa uma fotografia que temos de esconder para não doer um perfume que não usamos porque nos lembra. Mas as saudades de ti são bonitas como tudo. Sabias?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Não te esqueças porque eu não me esqueço

Tu tiveste o Verão. Eu não.

É

Às vezes, lembro-me. É como um segredo demasiado tudo que não sei. Nem posso.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Outono

De repente o mundo calou-se. Na manhã cinzenta os carros as horas e tudo passou como se voasse, como se o Verão tivesse sido há muito tempo e eu já soubesse todas as lições. Saberei?

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Promete

Quando tu passavas, eu, que sabia nada de nada, sabia isto: os teus passos certos no chão, a forma como o teu olhar mais cinzento que azul se demorava nas coisas. Todos te viam o azul dos olhos, menos eu. Em ti sempre houve mais cinzento, todas essas coisas que te travam e te fecham esses muros e essas ruínas que tu não sabes de onde chegam. Eu sabia. Não me perguntes como eu sabia. Depois, houve um dia em que me sentei no teu colo e ouvi-te falar de coisas que não falavas e apesar do rio e da luz que explodia no céu eu sabia, de novo, que nunca tinha estado tão certa. Quero dizer-te: "Não me deixes aqui a saber de ti, de novo, sem poder alcançar". Mas, se assim tiver de ser, promete-me que não ficarás com menos do que amor.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Seis

Disseste que morreu acorda-o não morreu nada foi só depois exactamente como quando se morre Não não espera ainda não deixa-me só estar mais um bocadinho agora não que o meu vizinho é louco agora não que ainda ontem me disseste que gostavas das minhas pernas e de como o meu cabelo estava bonito agora não que eu preciso de gostar de ti para saber que nem tudo se perdeu. Mas, como eu não sabia, tu és tu e eu sou eu, afinal não éramos, a história estava escrita algures e eu queria só mais um bocadinho de tudo e talvez para sempre. Nunca mais é tanto tempo não é? Custa-me deixar-te para trás mas entretanto não me convidaste para jantar. Não sei onde estás. Eu estou bem. O meu vizinho continua louco o meu cabelo igual e as minhas pernas estão apenas um bocadinho mais magras.

Amanhã faço anos.

36.

6. Seis. Lembras-te do "Verdade ou Veneno?". A verdade era o veneno.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Não.

Ei, tu não sabes nada sobre o amor. Não é uma ideia, não te apanha a meio do caminho, não é um autocarro, não é nada daquilo que inventaste para ti. Vais ter de contar com toda a tua coragem e, mesmo tolhido de medo, saltar. O amor é uma certeza. Tantas vezes estúpida. Lembra-te "o amor é uma coisa, a vida é outra". Há quase ternura em mim pela tua busca. Mas não.

Prova de esforço

Largar o coração, deixá-lo estar, parar, não quero agora não quero também não posso é demasiado. Virar a cabeça uma e duas as vezes todas acordar e beber dois cafés. Matar o que não sei antes de saber. Não posso deixa-me estar. Não quero, deixa-me estar. Tenho tudo a perder. Largar o coração, voltar à tona e respirar.