segunda-feira, 28 de julho de 2014

Na rua

O pior é que conseguimos tudo, morremos da cura e da salvação. Não morremos de amor nem de ternura ou de êxtase ou de tristeza. Morremos ao ficarmos bons. E isto custa. Dá comichão e queremos arrancar a crosta e sabemos que tudo é ridículo que tudo será sempre assim tão simples. É a simplicidade das coisas que nos custam que nos baralha.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Germana

O meu tudo e o meu todo o meu Norte cego e a minha noite doida as minhas ruas em luz e o meu corpo perfeito o meu tudo e o meu todo. A minha recompensa a moldura na sala o amor ao peito. O meu tudo e o meu todo. As músicas os filmes os olhos em fundo. Não era nada disto. O meu tudo e o meu todo.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Espera por mim

Espero pelo Verão como quem espera por um amor que vai descer do comboio. E eu que adoro o Verão tudo isto nunca tenho um Verão feliz. Não sei, já não me apetece mergulhar na memória, tenho medo, mas se todas as estações do ano me doeram por esta ou aquela razão, tendo a nítida sensação que foi nessa nesta altura que fui mais infeliz. Não é por gostar da praia, nem das noites imensas nem do sol a queimar-me a pele eu igual por dentro é por fora. O Verão deveria ser todas as possibilidades, mas é sempre o meu vestido apenas a esconder o mais perdido dos corações.