segunda-feira, 29 de abril de 2013

Todo o amor

O teu amor de tâo perfeito é uma concha. Se não fosses tu, meu príncipe, o mundo tinha acabado. A tempestade veio e agarrei-me a ti e por vezes sinto culpa por me agarrar assim a ti. Quero que voes, por isso é que te deixo ir. Ainda que só os teus olhos me lembrem a claridade, ainda que no meio do caos, tu me lembres a certeza das coisas boas. Se não fosses tu, meu príncipe, não teria sabido que sou capaz de amar. De doar. De ser melhor. Se não fosses tu nada disto valeria a pena. As manhãs tortas, as saudades, o mal do mundo, os fracassos, os enganos, a noite má. Não existem buracos agora. Porque conversamos e crescemos juntos. Nem sei se mereço tudo aquilo que já me ensinaste.

sábado, 13 de abril de 2013

...

Tenho mais duas rugas na testa. Volto do café e a minha sombra mostra-me os cabelos compridos. Tinha-me esquecido que tenho cabelos compridos. Os vizinhos falam sobre o jogo de futebol. Ela responde-lhe coisas como "vais ver que ainda marcam". Ouço os talheres a rasparem os pratos. Sei o quanto poderia ser tão feliz assim. E tão infeliz assim. E já não me lembro de quando tudo começou a ser demasiado complicado para mim.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Antes

Nunca vamos ser felizes como inventámos, pois não? Como quando ainda éramos apenas um sonho na cabeça de cada um, uma ilusão. Nunca mais vamos ser felizes assim, pois não? Mas tínhamos de ver se era verdade, não tínhamos? Não sei porque razão continuámos a inventar, mesmo depois de sabermos que só fomos felizes no momento antes do salto. Já não sei se saltámos ou se fui que te empurrei.