segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ainda assim amor

Quando disseste que ficavas foi quando falaste amor e essa palavra assim dita pelos teus lábios tantas vezes repetida em gestos que vi mas não te contei eu sabia que era amor e amor às vezes também é assim. Força. Quando disseste partida disseste tantas mais vezes do que as que falaste amor mas não tantas como as que eu vi amor. Fiz-te todas as perguntas faço sempre muitas perguntas para ver se sabia e se adivinhava como seria quando seria a tua partida e ainda assim amor. Ainda assim amor e a palavra que se arrasta e que abre feridas nos mesmos lábios que beijam nos lábios que dizem: “Vou-me embora”. Vais. Vai. Vou.

Quando dançámos e esqueceste que dançámos. Não te vou falar de todos os gestos em que disseste amor e em que brilhaste em mim. Não te vou contar a respiração que te acalmou. Nem o cheiro. Ou o resto que sabes, sempre soubeste. Porque isto é o que eu sou. E o que tu és também é amor. Não vou explicar-te que só encostada a ti, poderia encontrar paz. Porque, sendo amor, saberias. Por que é amor, sabes. O resto, são escolhas.